Dizem que o mundo comporta três tipos de pessoas: as que fazem acontecer, as que esperam acontecer e as que perguntam o que está acontecendo. Atualizo paras os três tipos de fascistas super na moda: fascistas de primeira, fascistas de segunda e fascistas de terceira.
O primeiro atira nos alvos que devem ser demolidos. O segundo não tem ideia de porque existem os alvos, mas se alinha ao primeiro por pura identificação inconfessável e por fidelidade canina. O terceiro sabe de tudo, mas se omite; não tem fibra. O primeiro é o valentão covarde. Já falei dele aqui. O segundo é o palhaço que se faz instrumento do primeiro. O terceiro é o frouxo que se cala.
O primeiro é a favor do ódio, da exclusão, da redução da maioridade penal, da intervenção militar, do fechamento das fronteiras aos imigrantes de periferias capitalistas e do fechamento das quadras de Brasília. O segundo repete essas bobagens, reza e segue adiante, sempre à direita. O terceiro é o alienado cordial. Sabe de tudo, mas garante que não tem nada a ver com isso.
O primeiro tem muitas taras, o segundo é moralista e o terceiro se quer bacana. O primeiro se alimenta do segundo e ambos são o que são e fazem o que fazem porque sabem da total inércia moral do terceiro. No fundo, todos têm a mesma patologia: são perversos, cínicos, desumanos e medrosos, cada um à sua maneira.
Logo mais, estarão todos reunidos, celebrando-se e planejando mais um ano de estupidez, enraivecendo quando olham no espelho, esquecendo-se nas viagens de férias. E nós vamos transitando entre golpes, omissões, covardias, conveniências, falsidades, expurgo do outro; entre parricídios, fratricídios, filicídios; entre exposições fechadas, igrejas abertas, falta de argumento. Depois, viva o ano-novo! Mensagens de felicidades, de paz, de amor e de saúde. E o circo recomeça. E o circo se mantém.
Denise Macedo é polemista por vocação,
professora, Doutoranda e Mestre em Linguística,
com pesquisas na área de
Análise de Discurso Crítica
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