Os primeiros revisores foram homens de vasta cultura. A preocupação com a qualidade final dos textos era tamanha que o impressor Robert Estienne (século XVI) pendurava as provas pelas ruas próximas à gráfica e à universidade oferecendo recompensas a quem descobrisse um erro.
O tipógrafo suíço Hans Amerbach contratava vários mestres da Universidade de Basileia como revisores; pessoas de grande preparação intelectual e de comprovada erudição. Antes do século XX, os revisores eram artesãos, eruditos, latinistas.
O 1o. revisor desse naipe foi o alemão P. Prielis (1459), que corrigiu o Psalterius Benedictinus (1459). Intelectualidade e técnica se uniam no auxílio a escritores como o francês Proudhon (1809 – 1865). Machado de Assis, Érico Veríssimo e Graciliano Ramos foram revisores.
No século XXI, revisores são tidos como especialistas em gramática. As práticas modernas de revisão, com modos de produção textual cada vez mais sofisticados, têm, contudo, demandado o contrário: adaptações de linguagem aos diferentes suportes, conhecimentos de multimodalidade, conhecimentos do discurso. Revisão sempre foi mais que corrigir vírgulas e crases.
Há uma excelente dissertação, defendida na UnB há alguns anos, sobre o papel do revisor nestes tempos de conturbada tecnologia. Já tentei convencer autora a publicar pela Casa da Mão, mas está difícil...